Resultados e conquistas alcançados pelo Programa
Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) ao longo dos seus 15
anos de existência foram lembrados em evento realizado, nesta
quinta-feira (18)
Foto: David Alves/MDA
Resultados e conquistas alcançados pelo Programa Nacional de Educação
na Reforma Agrária (Pronera) ao longo dos seus 15 anos de existência
foram lembrados em evento realizado, nesta quinta-feira (18), em
Brasília. O encontro, que reuniu cerca de 100 pessoas, foi realizado no
auditório da sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária
(Incra).
Criado em 1998 pelo Incra, autarquia ligada ao Ministério do
Desenvolvimento Agrário (MDA), o Pronera oferece cursos que vão desde a
educação básica (alfabetização e ensinos fundamental e médio), técnicos
profissionalizantes de nível médio, até cursos superiores e de
especialização.
“Estamos aqui para celebrar os frutos de uma caminhada de 15 anos. O
Pronera é produto da luta do povo do nosso País. Somos gratos àquelas
pessoas que estão nos movimentos sociais, dentro da administração
pública federal, dentro das nossas universidades parceiras e que
construíram essa trajetória vitoriosa”, disse o ministro do MDA, Pepe
Vargas, aos participantes do evento.
O presidente do Incra referendou a fala do ministro e apontou o Pronera
como resultado da persistência dos trabalhadores do campo e dos
movimentos sociais. “Isso ocorre porque são políticas que desafiam
estruturas, consecuções, valores e princípios que são de natureza
excludente”, enfatizou Carlos Guedes.
Desafios
Na avaliação de Guedes, o futuro da educação no campo está focado,
atualmente, em três desafios: na continuidade e no aprofundamento das
ações do Pronera; no fortalecimento do programa Residência Agrária; e na
integração do conhecimento e do saber do Pronera - articulado com
experiências de qualificação profissional do Governo Federal, em
especial do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego
(Pronatec).
Um dos representantes de movimentos sociais presentes na solenidade foi
João Pedro Stédile, um dos fundadores e membro da direção nacional do
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Para ele, o Pronera é
resultado da união e dos esforços de professores universitários
comprometidos com os interesses populares, de serviços públicos do MDA e
do Incra, e de movimentos populares. “Aliás, qualquer mudança na nossa
sociedade não ocorrerá se não construirmos uma aliança entre esses três
agentes”, ressaltou Stédile.
“O Pronera é uma vitória da classe camponesa e do povo brasileiro,
embora ainda muito ainda precise ser feito em termos de uma política de
educação adequada para o trabalhador do campo”, observou Stédile, que
considera o educador Paulo Freire o verdadeiro patrono do Pronera. “Foi
ele que nos ajudou a começar o primeiro programa de alfabetização no
assentamento de Ulhanegra”, lembrou o líder do MST.
Participantes
Também fez parte da mesa coordenadora da comemoração do Pronera, a
representante da Universidade de Brasília (UnB) e integrante da Comissão
Pedagógica Nacional do Pronera, Mônica Molina; o secretário de
Políticas Sociais da Confederação Nacional dos Trabalhadores na
Agricultura (Contag), José Wilson Gonçalves; o coordenador da Frente
Parlamentar de Educação no Campo, do Congresso Nacional, deputado Padre
João; e a coordenadora da Federação dos Trabalhadores na Agricultura
Familiar (Fetraf-Brasil), Elisângela Araújo.
font: fetraf.org.br