Acará e
cará são termos que designam genericamente diversas espécies de peixes
teleósteos perciformes da família dos
ciclídeos, encontrados nativamente em rios e lagos da
Bacia Amazônica ou em rios e lagoas de água quente em todo o território
brasileiro, sendo muitos deles populares no comércio de
peixes ornamentais.
Acarás bandeira são peixes de fácil cuidado e um dos peixes de maior facilidade de reprodução em aquários.
Aceitam uma ampla faixa de ph, variando de 6 a 8, porém se adaptam melhor com ph ligeiramente ácido, em torno de 6.8.
Por serem peixes originários de região tropical, preferem águas quentes, 28º é o ideal, porém aceitam uma faixa de 24º a 30º.
São territorialistas quando em casais e disputam a hierarquia no
cardume. São sociáveis com outros peixes, exceto durante a proteção aos
seus filhotes.
Costumam formar casal aos 6 meses de idade e já estão prontos para a
reprodução. Assim como o Acará Disco, os Bandeiras são monogâmicos,
sabe-se que formaram casal quando passam a nadar juntos, espantar os
demais e escolher um local para a desova.
Após a escolha do local da desova, o casal passa a limpar a
superfície, beliscando-a. Podem passar dias limpando o local até
sentirem segurança para desovar.
Após a limpeza do local escolhido, a fêmea passa o ovopositor na
superfície, depositando fileirinhas de ovos. O macho, em seguida,
fecunda os ovos. A postura dos ovos pode levar mais de uma hora. A
quantidade de ovos varia de casal para casal, dependendo da idade,
experiência e do tamanho da superfície a serem depositados os ovos, mas
em geral variam entre 100 e 800 ovos.
Durante as próximas horas o casal irá se revezar na proteção e
aeração dos ovos. A aeração é feita abanando as nadadeiras peitorais
sobre os ovos.
Os pais são bem agressivos durante a proteção do ninho, atacando
todos os demais habitantes do aquário que se aproximarem, podendo
atacar, inclusive, o aquarista. Durante estas brigas, acabam por se
machucar e perder algumas escamas, porém a recuperação é rápida.
Se o casal sentir que há algum perigo no ambiente, eles comerão os
ovos. Se apenas um dos pais sentir perigo, o outro irá defender o ninho e
terão brigas. Os pais também irão comer os ovos que estiverem fungados
ou não estiverem fecundados.
O início da eclosão dos ovos depende da temperatura da água. Se o
aquário estiver na temperatura ideal (28º), os ovos irão eclodir em
torno de 48 horas após a postura. Em águas mais frias, a demora será
maior, por exemplo a 24º, levam 72 horas para a eclosão.
Após a eclosão dos ovos é possível observar vários “rabinhos” se
agitando no ninho. Alguns casais tem o costume de mudar os filhotes de
ninho algumas vezes após o nascimento.
No primeiro dia, os “rabinhos” estarão muito inquietos, porém com o passar dos dias podem vir a ficar mais parados.
Os pais não saem de perto do ninho neste momento, sempre de olho para
pegar algum “aventureiro” que se jogar do ninho. Os pais os pegam com a
boca, ao primeiro momento parecem ter engolido os filhotes, porém
depois os devolvem ao ninho.
Com cerca de dois dias de vida já dá para observar o desenvolvimento
dos olhinhos nos pequeninos, que ao invés de serem um monte de pontinhos
amarelos, passam a ser pontinhos amarelos e pretos.
Durante todo o desenvolvimento, os pais continuam a limpar o local em
volta dos filhotes, por isso algumas folhas podem acabar sendo comidas.
Após cinco dias de vida, os filhotes começam a ensaiar os primeiros
nados e os pais começam a ter trabalho, tentando sempre recolhê-los e
colocá-los de volta ao ninho. Com aproximadamente 6 ou 7 dias de vida,
praticamente todos os filhotes deixam o ninho e os pais tentam mantê-los
juntos. A tendência é utilizarem a tensão superficial da água de forma a
manter os mais fracos juntos aos outros.
Em aquários comunitários, este é o melhor momento para separar os
filhotes dos pais, pois já têm forças suficiente para nadarem sozinhos, e
é o momento que fica mais perigoso e provável dos peixes pequenos os
comerem.
Dois dias após começarem a nadar, começam a se interessar por
alimentos. O alimento mais indicado são cistos de artêmia recém
eclodidos, porém ovos de artêmia sem casca – comprado em embalagens
semelhantes a de colírios, nas lojas de aquarismo – também são um
excelente alimento.
É muito gostoso observar de perto a evolução dos filhotes, o momento
em que conseguimos ver as boquinhas abrindo e fechando ao comer e o
surgimento das nadadeiras.
Com aproximadamente um mês de vida as nadadeiras começam a se
alongar, lembrando o formato de bandeiras adultos, medindo em média 1
cm.
Logo após completarem um mês de vida, já têm o formato dos pais,
começam a treinar brigas e começam a aceitar rações em pedaços pequenos,
praticamente esfareladas.
Não os coloquem no aquário principal até atingirem aproximadamente 3 cm ou virarão comida dos adultos!
fonte:http://aqualinea.com.br/blog/2011/05/acara-bandeira-%E2%80%93-cuidados-e-reproducao/