Por: Senador Benedito de Lira
Na
condição de presidente da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do
Senado Federal, tive a oportunidade de integrar a comitiva do ministro
Marcelo Crivela a Israel, que oferece muitas possibilidades de
contribuir na nossa luta para que o Brasil se capacite como grande
produtor mundial, ocupando um lugar mais compatível com as nossas
potencialidades.
Fomos conhecer
especialmente a aquicultura israelense e pudemos observar a
versatilidade de uma tecnologia que permite criar peixes em condições
aparentemente adversas. Ficamos todos entusiasmados quando conhecemos os
métodos empregados na piscicultura de alta produtividade desenvolvida
por Israel.
Viajamos de barco 17
quilômetros mar adentro para ver como é feita a criação de peixes que se
desenvolvem em mar profundo. Vimos que o país, com seu pequeno
território, desenvolveu técnicas que lhe permitiram ocupar posição de
destaque. Estima-se que Israel produz 4 milhões de toneladas de pescado
por ano, uma produção muito maior que a do Brasil, a qual não ultrapassa
a casa das 600 mil toneladas anuais. Basicamente são tilápias e as
trutas muito apreciadas pelos consumidores israelenses e com valor
agregado nas exportações daquele país.
O
Brasil possui linha costeira contínua de 8.000 km de extensão, uma das
maiores do mundo. E esta costa marítima é composta de mangues,
restingas, estuários, recifes, baías e brejos, ecossistemas
perfeitamente adequados à aquicultura. Ainda assim, estamos muito
distantes do patamar israelense.
O
esforço do ministro Marcelo Crivella é reconhecido por todos, e aos
pescadores brasileiros não tem faltado o apoio do Ministério da Pesca.
Mas a boa vontade e a competência do ministro por vezes ficam
prejudicadas pelos cortes orçamentários. Este ano, o Ministério da Pesca
vai perder cerca de 300 milhões de sua dotação orçamentária, o que é
lamentável. Ações políticas e legislativas precisam ser adotadas.
De
minha parte, estou apresentando projeto de lei que garante o uso
integrado da água nos espaços físicos tanto da agricultura quanto da
aquicultura. Entendo que esta medida se faz necessária para fomentar a
produção de alimentos a baixos custos.
Políticas
de incentivo devem ser oferecidas aos proprietários rurais que
desejarem desenvolver projetos de aquicultura por meio da utilização da
mesma água armazenada nos reservatórios destinados à irrigação agrícola.
Por
meio desse projeto, que tenho a honra de submeter ao debate do
Congresso Nacional, os produtores rurais deverão receber tanto os
incentivos fiscais na forma da lei quanto os créditos diferenciados que
fazem parte da política de fomento do governo brasileiro.
Com
essas medidas, acredito sinceramente, estaremos promovendo a redução
dos custos operacionais nas propriedades e com isso mais um fator de
geração de emprego e renda no Brasil.
fonte:http://www.mpa.gov.br/index.php/topicos/1920-a-pesca-no-brasil
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